COMPLETE O RACIOCÍNIO
Agradeco o eufemismo, mas só lá está aquilo que a mente de quem le, ve.
DAQUI E DALI
o tlmv
oi nina! amor, kero-te tocar,
nina, roçar, xupar, meter!
as mãos nas ttas, e p’las cuecas
bjs na boca, voz rouca, a dizer:
“tenho o corpo a arder, a latejar
nina, a vibrar, a tremer!”
Näo, näo será o corpo a vibrar;
na @ ou no (), o tlmv tá a tokar!
De qualquer modo, a frase funciona quer para Portugal, quer para Bill Clinton.
Também funciona inversamente: “jobs for the girls, blow-jobs for the boys”, para além das outras possíveis combinações que se poderiam fazer, como “boobs for the boys, boys blow the Job; girls blow boys ou balls for the Job”.
Diga-se o que se disser, o poder corrompe. Poder é foder.
Tirando algumas figuras mais escorreitas, geralmente secos ministros das finanças a cheirar a naftalina, raros são aqueles que atingem os píncaros da autoridade e que não cedem à vertigem subsequente.
Invocando, de novo, Bill Clinton, quando lhe perguntaram recentemente, porque se tinha envolvido com a estagiária Mónica Lewensky, na Sala Oval da Casa Branca, este replicou “Because I could”. “Porque podia”.
É uma excelente razão; a mesma que seria dada por um qualquer escriturário, apanhado a desviar uma banal caixa de clipes, de que não tem precisão, na empresa que lhe paga para que ele possa comprar os seus próprios clipes.
Bill Clinton, com desvelado zelo, levou mais longe o “serviço público” e tirou prazer impúdico do ofício (não confundir com orifício), nas “barbas” da primeira-dama. So what?
Como houve mútuo consentimento com o “blow-job on the Job” na veneranda sala de trabalho da Casa Branca, de sugestivo nome “Oval”, saíram apenas algumas reputações manchadas, assim como um vestido – coisas de pequena monta, para a lei e a grei.
E os clipes? Haverá realmente alma sabuja que se indigne com o vingador surripianço de utensílios de escritório, quando os empregados costumam ser tratados abaixo de apara-lápis?
O verdadeiro abuso de poder, na “nossa” singela opinião (como no “nós” real, só se trata de me, myself and I), abuso de poder, é não haver “jobs”, nem deferência, nem estagiárias para todos – et pluribus unum - afinal, o poder presidencial provém do povo, ou não é?
Que não se confunda o fato com o macaco – um veste-se, o outro é-se.
Além de que, nem todos os que sobem têm pinta de estrela e tocam saxofone.
Assim, a minha proposta, é que se institua o fato-macaco como indumentária obrigatória de todos quanto ascendem a cargos de direcção pública, para que não esqueçam o porquê, e quem os colocou lá…
A ver se gozavam!
Power to the people!
Saber aonde é que esta cena descarrilou, é que é a questão. Ou talvez não.
No princípio, isto é, mesmo no início da “nacionalidade”, como referem os manuais, éramos um povo tão jeitoso, tão prendado: dávamos grandes coças em mouros e castelhanos; enfunávamos as velas e partíamos rumo ao desconhecido; dominámos milhares, civilizados e “selvagens”, a oriente e a ocidente, com pouco mais de um punhado de homens, contra tudo e contra todos.
Tínhamos atitude, audácia, iniciativa. Acreditar em alguma coisa sempre era melhor do que não acreditar em nada. Por cada desaforo, desonra, aleivosia, injúria ou opróbrio havia mortos e feridos, com assaz sumaridade. A violência era atroz, mas melhor do que brincar aos advogados, melhor do que a ineficácia da justiça actual, melhor do que “cama, comida e roupa lavada” a que chamam “penas pesadas” para os prevaricadores…
Há quem diga que foi o Estado Novo que quebrou a resolução dos portugueses.
Sem dúvida que ajudou, mas a apatia já vinha de trás.
O marasmo começou, na minha douta opinião, a partir do século XVI, mais exactamente com a instituição da “Santa” Inquisição. Foi o primeiro rombo na nau Catrineta, a que se seguiu o trauma do desaparecimento D’el-rei D.Sebastião, o trauma do domínio Castelhano, e de trauma em trauma, veio a perda do Império, a perda do amor-próprio, a crise de identidade, ser ou não ser.
Ora, a questão, a questão está em que é mais do que sabido, que povo desmoralizado, frustrado e fodido, a única coisa que faz, é penetrar ou deixar-se penetrar, pela frente e por trás.
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Fez hoje 97 anos que se deu o infame Regicídeo no Terreiro do Paço.
Em homenajem a SARs, RIP.