sábado, fevereiro 05, 2005

JOBS FOR THE BOYS, BLOW-JOBS FOR THE GIRLS


Qualquer semelhança com qualquer realidade politica, asseguro, é pura coincidência. Até porque aqui neste blog, somos apartidários. E aclubisticos. E agnósticos. E a-isto e aquilo. Enfim, se é que somos alguma coisa, somos prefixos.

De qualquer modo, a frase funciona quer para Portugal, quer para Bill Clinton.

Também funciona inversamente: “jobs for the girls, blow-jobs for the boys”, para além das outras possíveis combinações que se poderiam fazer, como “boobs for the boys, boys blow the Job; girls blow boys ou balls for the Job”.

Diga-se o que se disser, o poder corrompe. Poder é foder.

Tirando algumas figuras mais escorreitas, geralmente secos ministros das finanças a cheirar a naftalina, raros são aqueles que atingem os píncaros da autoridade e que não cedem à vertigem subsequente.

Invocando, de novo, Bill Clinton, quando lhe perguntaram recentemente, porque se tinha envolvido com a estagiária Mónica Lewensky, na Sala Oval da Casa Branca, este replicou “Because I could”. “Porque podia”.

É uma excelente razão; a mesma que seria dada por um qualquer escriturário, apanhado a desviar uma banal caixa de clipes, de que não tem precisão, na empresa que lhe paga para que ele possa comprar os seus próprios clipes.

Bill Clinton, com desvelado zelo, levou mais longe o “serviço público” e tirou prazer impúdico do ofício (não confundir com orifício), nas “barbas” da primeira-dama. So what?

Como houve mútuo consentimento com o “blow-job on the Job” na veneranda sala de trabalho da Casa Branca, de sugestivo nome “Oval”, saíram apenas algumas reputações manchadas, assim como um vestido – coisas de pequena monta, para a lei e a grei.

E os clipes? Haverá realmente alma sabuja que se indigne com o vingador surripianço de utensílios de escritório, quando os empregados costumam ser tratados abaixo de apara-lápis?

O verdadeiro abuso de poder, na “nossa” singela opinião (como no “nós” real, só se trata de me, myself and I), abuso de poder, é não haver “jobs”, nem deferência, nem estagiárias para todos – et pluribus unum - afinal, o poder presidencial provém do povo, ou não é?

Alguns (poucos) servem, outros servem-se.

Que não se confunda o fato com o macaco – um veste-se, o outro é-se.

Além de que, nem todos os que sobem têm pinta de estrela e tocam saxofone.

Assim, a minha proposta, é que se institua o fato-macaco como indumentária obrigatória de todos quanto ascendem a cargos de direcção pública, para que não esqueçam o porquê, e quem os colocou lá…

A ver se gozavam!

Power to the people!